Ácido Fólico: O que é, Para que Serve, Como Tomar e mais

Nutricionista Taís Rímoli

(CRN-3/54967 e CREF 035885-G/SP)

Dra. Taís Rímoli é formada em Nutrição pela Universidade Paulista (UNIP) e em Educação Física pela Universidade Metodista de São Paulo. Possui especializações em Biomecânica e Treinamento Desportivo; e em Doenças Crônicas. Atua na área da saúde há 19 anos.

Trabalha com duas vertentes: alimentação de forma equilibrada e exercícios físicos.

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O ácido fólico é uma das vitaminas do complexo B. Você pode ter escutado falar dele como vitamina B9 ou folato. Esse nutriente é importante para o organismo, pois está envolvido na formação das células responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento, e em outros processos que acontecem no nosso corpo.

Você deve estar se perguntando: para que serve o ácido fólico? Uma de suas funções mais conhecidas é colaborar para a boa formação do sistema nervoso do bebê, prevenindo malformações como a espinha bífida, um problema na coluna vertebral, e a anencefalia. Contudo, existem outras importantes funções, como:

• diminuir as chances de Alzheimer e demência;
• melhorar a concentração e memória;
• evitar a formação de placas de ateroma, mantendo a saúde dos vasos sanguíneos;
• prevenir doenças como infarto, aterosclerose, derrame e anemia;
• diminuir a incidência de depressão;
• melhorar a saúde da pele e dos cabelos.

Alguns estudos recentes ainda demonstram que o ácido fólico ajuda a prevenir alguns tipos de câncer, como o de cólon, pulmão, mama e pâncreas. Com todos esses benefícios, é uma vitamina muito importante para a nossa saúde. 

O feijão preto cozido, o feijão fradinho e o quiabo são alguns dos alimentos ricos em ácido fólico. Entretanto, existem mais opções ao nosso alcance. Listamos para você algumas delas:

• levedo de cerveja
• gérmen de trigo
• soja verde cozida
• fígado de boi e de galinha
• espinafre cozido
• rúcula
• brócolis
• milho cozido
• beterraba
• castanha de caju
• avelã
• nozes
• amendoim
• ovos

É essencial que tais alimentos estejam presentes na sua rotina com frequência. Isso significa que consumi-los em grandes quantidades de vez em quando não gera o efeito desejado. Isso porque o nosso corpo precisa da ingestão diária de micro e macro nutrientes. 

Na dúvida, consulte sempre um nutricionista para ter um consumo biodisponível, ou seja, efetivo e de acordo com a sua individualidade. Agora, continue lendo para descobrir se o ácido fólico engorda ou emagrece!

Ingerir o ácido fólico não causa nenhuma alteração calórica na alimentação. Desse modo, não engorda e nem emagrece. Em dietas muito restritas, como para perda de peso e sem orientação do nutricionista, o ácido fólico pode, inclusive, estar baixo.

Valores do ácido fólico abaixo do recomendado podem causar infertilidade e doenças vasculares. Entretanto, caso haja uma necessidade real de consumo da vitamina, este deve ser orientado pelo nutricionista. O motivo mais comum para a suplementação do folato é antes e durante a gravidez.

Essa é uma pergunta interessante. Não existe nenhuma comprovação científica de que o consumo de ácido fólico ajude mulheres a engravidar mais rapidamente. Ainda assim, por seus muitos benefícios à saúde, trata-se de um nutriente de extrema importância tanto para as tentantes quanto para as gestantes. 

Segundo o Conselho Federal de Medicina (2009), o ácido fólico é recomendado para mulheres em idade fértil, que planejam engravidar, e até mesmo mulheres com fatores de risco. O objetivo da ingestão é, principalmente, evitar problemas na formação do bebê.

A diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a suplementação de ferro e ácido fólico para gestantes recomenda a dosagem de 400 µg (0,4 mg) do ácido por dia. Tal reposição é necessária antes do início da gestação, pelo menos 30 dias antes de tentar engravidar.

A suplementação do ácido fólico antes da gravidez é importante porque o fechamento do tubo neural do feto ocorre até o 28º dia da gestação. Essa parte é essencial para o desenvolvimento do neném. Ao garantir um consumo adequado do nutriente, a gestante aumenta as chances de a gravidez ser confirmada.

As recomendações variam conforme as etapas da vida. Igualmente, podem mudar se existir alguma outra condição como, por exemplo, a má absorção da vitamina B9. Portanto, a avaliação profissional do médico e do nutricionista é indispensável.

Confira abaixo as recomendações diárias segundo a Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos:

• 0- 6 meses: 65 mcg/dia
• 7-12 meses: 80 mcg/dia
• 1 a 3 anos: 150 mcg/dia
• 4 a 8 anos: 200 mcg/dia
• 9 a 13 anos: 300 mcg/dia
• 14 anos em diante: 400 mcg/dia
• Gestantes: 600 mcg/dia
• Lactantes: 500 mcg/dia

É fundamental que a dose prescrita pelo seu médico ou nutricionista seja respeitada. Além disso, a recomendação é tomar o ácido fólico preferencialmente 30 minutos antes das refeições. O almoço, por se tratar de uma refeição mais volumosa, é uma boa escolha. 

A Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos recomenda 0,6 mg por dia de ácido fólico para as gestantes. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere 0,4 mg. Todavia, muitas formulações apresentam doses muito superiores, entre 2 e 5 mg.

Alguns trabalhos sugerem que o excesso da suplementação pode estar associado ao desenvolvimento de asma infantil. Os resultados ainda são muito controversos e, de fato, são necessários mais estudos. O importante é fazer o pré-natal corretamente e evitar reposições sem orientação médica.

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Agora que você já conhece um pouco mais sobre o ácido fólico, mantenha os alimentos ricos desse nutriente no seu dia a dia. Lembre-se que não vale consumi-los só ocasionalmente. Se você pensa em engravidar, procure orientação profissional desde cedo, para garantir todos os benefícios da vitamina B9. 

Revisão: Mônica Mello