Tipos de Vinho: Entenda as Diferenças

Especialista em Vinhos Andreia Debon

Andreia Debon estudou jornalismo na Universidade de Caxias do Sul. É sommelier de vinhos e azeites, diretora e editora da revista online sobre vinhos Bon Vivant.

Trabalha há mais de 15 anos como jurada internacional, além de divulgar e promover os segmentos de vinhos e enoturismo. Também tem um curso voltado a ensinar mulheres a beber e simplificar a bebida que tanto ama.

Conheça mais sobre vinhos, enoturismo e azeites no Instagram e no site Bon Vivant.

Os vinhos tintos são feitos a partir de uvas escuras fermentadas com as cascas, dando cor, sabor e taninos à bebida. Diversas variedades de uva dão origem aos vinhos tintos, assim, as diferenças entre eles estão associadas à espécie de uva utilizada na produção. Veja abaixo os tipos de vinhos tintos:

• Cabernet Sauvignon: é a uva mais cultivada no mundo. De casca grossa ela dá origem a vinhos de cor profunda com taninos fortes. A bebida pode ter aromas de cereja negra, cassis, pimentão e notas de café e baunilha quando passada em madeira.
• Merlot: parecida com a Cabernet Sauvignon, porém com aroma frutado. Origina vinhos com acidez e corpo médios e menos taninos, aroma de frutas negras, como ameixa e amora. Pode ter notas de cacau e cravo quando passa por madeira.
• Pinot Noir: uva mais clara, delicada, com baixos níveis de taninos, difícil de ser cultivada. Origina vinhos com aromas de morango e framboesa, os envelhecidos podem ter notas de couro e cogumelos.
• Tempranillo: uva espanhola que dá origem a vinhos com aromas de frutas vermelhas e negras. A bebida possui corpo médio a encorpado e média intensidade de taninos. Quando passado em madeira, o vinho pode ter notas de baunilha e tostado.
• Malbec: de origem francesa e muito cultivada na Argentina, essa casta origina vinhos mais encorpados e amargos com aromas de frutas negras. A bebida pode ser frutada ou ter notas de ervas secas, e pode ser envelhecida em carvalho.

Existem inúmeras castas de uvas tintas, e na composição do vinho elas podem aparecer sozinhas (vinhos varietais) ou combinadas com outras castas (blends ou assemblages). Para conhecer melhor os vinhos tintos, clique nos links abaixo e confira nossos artigos com conteúdo sobre o assunto!

Os vinhos brancos podem ser feitos com uvas brancas ou tintas. Nesse último caso não se usam as cascas, apenas a polpa da fruta, assim os vinhos não são pigmentados, tendo uma coloração amarelada ou quase incolor. A bebida costuma ser leve, frutada e com boa acidez. Veja abaixo os principais tipos:

• Chardonnay: a uva mais utilizada na fabricação de vinhos brancos. De cultivo fácil, a fruta é rica em sabor e dá origem a vinhos bastante aromáticos, com toque de frutas cítricas, ou baunilha e noz-moscada quando passa por carvalho.
• Sauvignon Blanc: de origem francesa, os aromas dessa uva remetem a frutos tropicais doces, como manga e melão. Os vinhos são claros, delicados e refrescantes, ideais para dias quentes à beira da piscina.
• Riesling: essa uva de características intensas produz vinhos claros e frutados, geralmente varietais ou de consumo rápido. Também é utilizada na fabricação de espumantes.
• Pinot Grigio: fruta com aroma cítrico e frutado e toques de lichia e pera. Dá origem a vinhos refrescantes, claros e leves, porém elegantes e discretos.
• Torrontés: popular na produção de vinhos argentinos, essa uva origina vinhos mais secos, porém com um toque frutado e aroma floral, podendo chegar a um sabor levemente adocicado.
• Moscatel: esse vinho branco possui notas florais, frutadas e mel. A uva originária da Grécia é muito versátil, usada na produção de vinhos tranquilos secos ou doces, espumantes secos ou doces e vinhos de sobremesa.

Em geral, os vinhos brancos possuem um sabor mais adocicado e harmonizam com pratos leves, como frango, peixes e saladas. Para conhecer um pouco mais sobre essa bebida, clique nos links abaixo e confira nossos artigos com dicas e indicações de produtos!

Os vinhos rosés são produzidos a partir de uvas tintas. A coloração clara se deve aos métodos de preparação, que podem ser diversos. É um vinho leve e refrescante, com sabor frutado e acidez perfeita para o clima tropical. Os vinhos rosés podem ser feitos a partir de uvas já mencionadas acima, como:

• Cabernet Sauvignon
• Merlot
• Malbec
• Tempranillo
• Pinot Noir
• Riesling

Por ser muito leve, essa bebida não se sobressai ao sabor dos alimentos, podendo assim acompanhar diversos pratos. É uma ótima opção para apreciar no verão com petiscos como queijos, tábua de frios e salgadinhos. Se quiser saber mais sobre esse vinho refrescante clique nos links abaixo!

Os vinhos fortificados passam por adição de álcool (aguardente vínica) em determinado estágio do processo de elaboração. Assim, eles possuem alta graduação alcoólica, entre 14 e 23% e podem ser secos ou doces, a depender do momento em que o álcool vínico é adicionado. Os principais tipos são:

• Madeira: vinho português feito na ilha de Madeira, que pode ser seco ou doce. Os tipos mais conhecidos são os varietais Sercial, Verdelho, Bual e Malmsey.
• Marsala: vinho da ilha da Sicília na Itália produzido com uvas brancas italianas. Pode ser doce ou seco.
• Vinhos licorosos: essa classe de vinhos fortificados é definida com base em critérios elencados em legislação específica. Seus principais representantes são o vinho do Porto e o Jerez, conforme veremos a seguir.

A fortificação surgiu como alternativa de conservação dos vinhos nos navios em viagens longas. Assim, além de aumentar a graduação alcoólica, esse processo transforma a bebida sensorialmente, tornando-a mais durável. Existem vinhos fortificados que chegam a durar 50 anos ou mais!

Segundo a legislação brasileira, vinhos licorosos são aqueles cujo volume de teor alcoólico vai de 14% a 18%, valor considerado elevado. O alto teor alcoólico se deve a adição de álcool vínico para frear a fermentação. Portanto, esse é um tipo de vinho fortificado. Veja abaixo alguns tipos da bebida:

• Vinho do Porto: esse vinho tem o processo de fermentação interrompido através da adição de álcool no mosto durante a fabricação. A bebida é elaborada na região do Douro e maturada e engarrafada em Vila Nova de Gaia, em Portugal.
• Jerez: vinho branco elaborado na cidade de Jerez, no sul da Espanha. As uvas passam por passificação, em que são desidratadas. A adição de álcool vínico é feita durante a fermentação e a bebida é maturada em barris de madeira.
• Sauternes: vinho branco produzido por processo de podridão nobre. Fungos Botrytis cinerea perfuram as cascas das uvas na maturação, evaporando a água e causando desidratação natural, que proporciona complexidade aromática à bebida.
• Late Harvest: conhecidos como "colheita tardia" são feitos com uvas consideradas sobremaduras, colhidas após desidratarem ainda no pé da vinha. A concentração de açúcares depende do tempo que as uvas ficam nos vinhedos.

Os vinhos licorosos também são conhecidos como "vinhos de sobremesa", porém esse nome não existe legalmente. Além de ser indicada para acompanhar os doces, essa bebida também pode ser consumida com alimentos leves, como saladas, salmão grelhado e outros pratos com peixe.

Os espumantes são bebidas caracterizadas pela presença de borbulhas (bolhas) originárias do processo de fermentação. Eles podem ser brancos ou rosés. Com uma variação grande entre doce e seco, a bebida é classificada conforme a doçura. Veja a seguir os principais tipos:

• Nature: é o tipo mais seco, possuindo apenas 3 gramas de açúcar por litro. A elaboração é totalmente natural.
• Exta-brut: um pouco menos seco que o tipo Nature, possui entre 3 e 8 gramas de açúcar por litro.
• Brut: contendo entre 8 e 15 gramas de açúcar por litro, esse é o tipo de espumante mais comum, sendo mais fácil de se encontrar nos mercados. Bebidas como Champagne (França), Cava (Espanha) e Prosecco (Itália) são tipos de Brut.
• Sec ou seco: pouco conhecido, esse espumante possui concentração de açúcar entre 15 e 20 gramas por litro. Seu sabor equilibra doçura, acidez e secura, ideal para quem não aprecia bebidas secas nem doces.
• Demi-sec: com uma variação grande de concentração de açúcar (20 a 60 gramas por litro), esses espumantes possuem características diferentes entre si. São mais doces, mas nem tanto. Também conhecidos como meio seco.
• Doce ou Moscatel: possui no mínimo 60 gramas de açúcar por litro, ideal para quem gosta de bebidas doces. Com aromas florais e frutados, a bebida agrada diversos paladares e é o tipo de espumante mais consumido no Brasil.

Para harmonizar espumantes com alimentos deve-se considerar a quantidade de açúcar da bebida. Assim, espumantes mais secos vão bem com diversos pratos. Já os espumantes doces ficam restritos a serem apreciados como aperitivos ou acompanhando sobremesas. Para saber mais, clique nos links abaixo!

A diferença entre esses estilos está no nível de doçura, determinado pela quantidade de açúcar que a bebida contém. A classificação dos vinhos por quantidade de açúcar é regulamentada por lei, seguindo um padrão de concentração de gramas de açúcar por litro (g/L). Entenda melhor a seguir:

• Vinhos secos: sem doçura perceptível, os vinhos secos devem conter no máximo 4 gramas de açúcar por litro.
• Vinhos demi-sec: mais indefinidos, esses vinhos podem não apresentar muita doçura ou serem levemente doces. A concentração de açúcar vai de 4g/L até 25 g/L.
• Vinhos suaves: com mais de 25 gramas de açúcar por litro, esse vinho tem sabor bastante adocicado e intenso.

O açúcar considerado na classificação dos vinhos é chamado açúcar residual, o qual é naturalmente proveniente das uvas. Durante a fabricação, uma parte dele se transforma em álcool, sendo que a parte que não se transforma permanece na bebida. A variação ocorre conforme cada processo de elaboração.

Para saber mais sobre os vinhos e quais características influenciam em seu sabor, a mybest preparou um vídeo de 7 minutos. Nele, além de relembrar os conceitos apresentados aqui, você saberá mais sobre os vinhos de cada país, teor alcoólico e muito mais! Confira!

Agora que você já sabe distinguir entre os tipos de vinho, prepare-se para apreciar suas variedades preferidas! Para ajudar, separamos para você mais alguns artigos indispensáveis para apreciadores da bebida. Clique nos links abaixo e confira nossas indicações de taças, adegas pequenas e clubes de vinho.

Agora você já sabe um pouco mais sobre alguns dos diversos tipos de vinhos que existem. Aqui você viu que as diferenças entre eles se caracterizam basicamente pelo tipo de uva utilizado e pelo método de elaboração. Já as classificações de seco, demi-sec e suave se dão pela quantidade de açúcar.

O universo dos vinhos é bastante amplo, mas com as informações passadas aqui você já consegue escolher um vinho que agrade o seu paladar. Então, que tal repassar as informações compartilhando esse artigo? Assim outras pessoas entenderão um pouco mais sobre essa bebida tão apreciada ao redor do mundo!

Redação: Joseane Cerqueira / Revisão: Bruna Oliveira