Top 10 Melhores Livros de Jorge Amado (Capitães da Areia e mais)

Em um tempo onde brigas eram decididas na faca, e crimes acobertados pelo poder dos fazendeiros, Terras do Sem-Fim nos apresenta uma batalha por terras repleta de intrigas políticas e romances improváveis. Ela representa um marco entre os livros conhecidos como o Ciclo do Cacau na carreira do autor.

Disponível atualmente também em versão e-book, Terras do Sem-Fim de Jorge Amado foi originalmente publicado em 1943, quando ele tinha 30 anos. Junto a Cacau, Tocaia Grande e Gabriela, Cravo e Canela, eles formam uma série de obras de Jorge que descrevem a vida entre fazendas de cacau. 

Assim como imagens da realidade do sul da Bahia daquele tempo, entrelaçando política, crimes passionais e sede de liberdade de uma forma que apenas Jorge Amado conseguia descrever. É um livro razoavelmente curto, com suas 280 páginas, mas que consegue transmitir uma história coesa e envolvente.

Tenda dos Milagres é um romance de Jorge Amado que conta a história do mulato Pedro Archanjo, figura importante na defesa dos negros na Bahia. Sua história é contada em dois momentos: um, a partir da apropriação da figura do herói por um etnólogo americano, e a outra, através da memória do povo negro.

Nesta obra, Jorge Amado nos apresenta descrições ricas e belas da cultura brasileira. São imagens vívidas da Bahia naquele tempo, com relatos tão precisos quanto doloridos do preconceito contra as pessoas negras. Pedro é um intelectual orgânico, consciente de sua realidade e que luta pelos seus.

Esta obra possui duas adaptações, uma para o cinema, no filme feito por Nelson Pereira dos Santos, e outra para a TV com a minissérie homônima produzida pela Rede Globo. Um livro para conhecer toda a exaltação do candomblé, afoxés, capoeira e samba de roda, tão queridos e respeitados pelo escritor.

Tieta do Agreste é um dos romances mais conhecidos de Jorge Amado. A trama conta a história de Tieta, uma jovem namoradeira que, após ser denunciada ao pai pela irmã, Perpétua, é surrada e expulsa da cidade de Santana do Agreste, indo fazer a vida como prostituta e cafetina em São Paulo. 

Depois de 25 anos, a protagonista volta à cidade cheia de dinheiro e influência política e revoluciona a vida do local. A obra é uma das mais longas do escritor, e toca em discussões como corrupção, liberdade sexual e o conflito entre progresso e meio ambiente.

Tieta do Agreste inspirou uma novela de mesmo nome na TV Globo, de 1989 a 1990, que alcançou grande sucesso. A obra é lembrada até hoje como um marco da televisão brasileira, e está em segundo lugar entre as novelas mais assistidas da história do canal. Vale a pena conferir a obra original!

O livro Capitães da Areia é uma das obras mais destacadas de Jorge Amado. Retrata a vida cruel de crianças e adolescentes de rua, que vivem em um trapiche abandonado em Salvador. Vivendo de furtos e golpes, o grupo é procurado pelas autoridades e tenta viver seus sonhos, apesar da vida cruel.

A partir de cada um dos personagens, é possível conhecer a face da vulnerabilidade das crianças de rua em uma sociedade desigual. São indivíduos que vivem à margem da sociedade, sofrendo violências muito além do que qualquer um deveria lidar, demonstrando força e coragem.

Capitães da Areia foi um dos livros queimados pelo Estado Novo e, em 2010, foi adaptado para o cinema. O filme foi realizado por Cecília Amado, neta de Jorge, que o fez como forma de homenagem ao avô. Tanto livro quanto filme são obras-primas comoventes, e essenciais para conhecer o autor.

Gabriela, Cravo e Canela é um romance de Jorge Amado que conta a história de amor entre a sertaneja Gabriela e o sírio Nacib. O pano de fundo é o período áureo do cacau em Ilhéus, nos anos de 1920, a queda dos coronéis e a abertura do porto à exportação.

Cheia de uma sensualidade inocente e selvagem, a protagonista Gabriela encanta todos os homens e encarna as mudanças da sociedade patriarcal e autoritária da época. Tida por muitos como a personagem mais sedutora do autor, seu nome se tornou extremamente popular após a novela da TV Globo.

A novela, inclusive, foi um dos grandes marcos da emissora, ganhando cinco prêmios no ano seguinte à exibição. Já o livro é a obra com maior número de traduções de Jorge Amado. Entre tantos sucessos do autor é esse livro o responsável por consagrá-lo, ao menos financeiramente.

Jubiabá é um romance de 1935, quando Jorge Amado tinha apenas 23 anos. Nele acompanhamos a vida de Antônio Balduíno, um homem preto que durante sua vida se transforma em desordeiro, sambista, boxeador, circense, estivador e grevista. E essas são apenas algumas das suas ocupações!

O ambiente descrito nele é semelhante ao que viríamos conhecer em Capitães da Areia, e alguns dos personagens que aparecem em Mar Morto são apresentados nesta obra. Em Jubiabá Jorge Amado apresenta muitos dos temas pelos quais ficaria conhecido, entre eles a beleza e a força da cultura afro-baiana.

A opressão política e injustiças sociais também estão presentes na história, se misturando a vida do protagonista e nos causando reflexão e encanto. Uma história tão envolvente que, sua versão francesa, inspirou o fotógrafo Marcel Gautherot e o escritor Albert Camus a virem ao Brasil.

O livro "Suor", do autor Jorge Amado, é o terceiro romance do escritor baiano. Publicado em 1934, quando o autor tinha apenas 22 anos, essa obra retrata a vida dentro de um cortiço no Pelourinho, na década de 1930. É uma ótima opção de leitura para quem quer conhecer o início da carreira de Jorge Amado!

Com a característica prosa envolvente e calorosa, de forma crua, Jorge Amado narra o cotidiano de miséria, falta de higiene e ausência de perspectivas dos moradores do cortiço, oferecendo um retrato vívido e realista da vida nos subúrbios de Salvador. 

Com 160 páginas, "Suor" é uma leitura indispensável para aqueles que apreciam a literatura brasileira e desejam compreender mais profundamente as questões sociais e históricas do país. Disponível nas versões de capa comum e e-book!

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, é uma obra lírica que narra o improvável romance entre um gato mau e uma andorinha. Com ilustrações aquareladas do artista plástico Carybé, a história demonstra como criaturas tão diferentes podem conviver bem e transformar suas vidas.

O livro foi escrito em 1948 como um presente para o filho do autor, mas só foi publicado em 1976, após ser reencontrado entre as coisas do menino. Esta narrativa de 128 páginas traz um olhar diferente de Jorge Amado, sendo capaz de tocar leitores de diferentes idades.

Adaptada para teatro e balé, a obra é indicada para quem aprecia fábulas com lições de vida e beleza estética. As ilustrações de Carybé complementam o texto, proporcionando uma experiência visual e literária enriquecedora e diferente do autor baiano!

Integrante do Ciclo do Cacau, Tocaia Grande é uma obra de 1984, período onde o autor já tinha completo domínio de sua escrita. As consequências disso podem ser percebidas na qualidade da narrativa, que demonstra uma maturidade e profundidade ainda maiores do que em sua juventude.

Neste livro acompanhamos as décadas de surgimento de uma cidade nordestina, nascida depois que o jagunço Natário da Fonseca ganha alguns alqueires. A terra é próxima ao local de matança onde ele realizou uma tocaia a mando do seu antigo patrão, que terminou em sangue e morte.

Gradualmente vão se reunindo comerciantes, ex-escravos e prostitutas. Um povoado que se desenvolve enquanto resiste ao sistema coronelista, sobrepujando pressões políticas e religiosas. Tocaia Grande é uma obra cheia de aprendizados, que reúne o que há de melhor na escrita de Jorge Amado.

Dona Flor e seus Dois Maridos é um dos livros mais populares de Jorge Amado. Conta a história de Florípedes Paiva, Dona Flor, que após ficar viúva do marido Vadinho, casa-se novamente com o metódico farmacêutico Teodoro. Certo dia, o fantasma de Vadinho aparece em sua cama e passa viver com o casal.

Dividida entre o erotismo e a paixão avassaladora com Vadinho, de um lado, e a paz doméstica e a segurança material com Teodoro, de outro, a protagonista vive um triângulo amoroso, cheio de humor e ironia. A trama virou filme em 1976 e foi um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro.

Em Dona Flor temos Jorge Amado explorando um ambiente que é essência de suas obras: a Bahia. Mas dessa vez a narrativa se desenvolve com leveza e comédia, partindo dos extremos de dois personagens masculinos e do equilíbrio e indecisão da personagem feminina. Um livro gostoso de ler!