Amamentação: Benefícios, Como Amamentar, Quando Parar e mais

Médica Pediatra Dra. Lorena Zuba (CRMMG 70291)

Lorena é graduada em medicina pela Universidade Estadual de Montes Claros e fez residência em pediatria no Hospital das Clínicas da UFMG.

Tem como paixão promover a saúde das crianças no dia a dia, realizando o acompanhamento de rotina e levando muita informação de qualidade para as famílias.

Além de atender crianças no hospital e ambulatório, produz conteúdo para a internet com o objetivo de traduzir dados científicos de uma forma prática e acessível para todos.

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Para amamentar corretamente, de uma forma positiva para a mãe e o bebê, é preciso boa técnica. É necessário levar o bebê à mama de uma forma que o ajude a fazer uma pega profunda. Ou seja, abocanhar boa parte da aréola e não somente o mamilo. Para isso acontecer, a recomendação é mantê-lo junto ao corpo.

Além disso, a mãe deve tocar com o mamilo em direção à narina do bebê. Esse movimento vai acionar o reflexo de busca e ele abrirá a boca, de modo que será possível deslizar boa parte da mama para dentro e iniciar à sucção efetiva. Isso facilita a extração do leite e evita feridas no mamilo.

Quanto às posições para amamentar, não existe uma ideal. A mulher precisa conhecer as suas opções e aplicar as que se sentir mais confortável. Inclusive, não existem contraindicações para amamentar deitada mesmo que o bebê tenha refluxo, um quadro bastante comum nos primeiros meses de vida.

Na verdade, o bebê pode ser amamentado deitado quando a pega está correta. A boca do pequeno pode vedar tão bem a mama, que ele quase não engole ar. Se isso acontecer, a criança não precisará arrotar. Portanto, não é necessário permanecer de pé por um tempo após a amamentação.

Isso pode ser um alívio para as madrugadas das mães, que podem amamentar e voltar a dormir em seguida. Porém, se o bebê mamou e mostra desconforto, é preciso colocá-lo na vertical e esperar entre 10 a 15 minutos para ele arrotar ou golfar. Isso é normal durante os primeiros meses de vida.

Nos primeiros dias de vida do bebê, a mulher pode sentir um desconforto ou dor no início da amamentação, visto que ela que o recém-nascido ainda estão aprendendo. Porém, se essa dor se torna mais intensa e persistente, é preciso entender a causa para intervir e proteger o processo de amamentação.

Existem várias causas possíveis para este sintoma. As mais comuns são o ingurgitamento mamário (leite empedrado), fissuras mamilares, mastite e obstrução de ducto. Geralmente, elas são desencadeadas por uma técnica inadequada de amamentação. Assim, além de ferir, o bebê não consegue extrair o leite eficientemente.

Desse modo, a principal orientação para evitar a dor é ajustar a técnica e manter a livre demanda. Por exemplo, começar pela mama que dói menos e mudar a posição ajuda a amenizar os sintomas. Caso isso não resolva, é preciso consultar um pediatra para verificar outras condições.

A mastite é uma inflamação que, por vezes, surge acompanhada de infecção. A causa mais comum é a técnica incorreta de amamentação, capaz de levar ao acúmulo de leite e a fissura no mamilo, que funciona como porta de entrada para bactérias que infeccionam o tecido.

Assim, a parte da mama acometida fica inchada, dolorida e avermelhada. A mulher pode apresentar sintomas como a febre. Para tratar a doença, a mãe deve continuar amamentando frequentemente para “esvaziar” a mama e reduzir a inflamação. Isso é possível na maioria dos casos.

Além disso, é importante destacar que é necessário o uso de anti-inflamatórios e antibióticos, que devem ser prescritos por um médico. Por fim, nos casos de formação de abscesso mamário, é preciso fazer a drenagem do pus de forma cirúrgica. 

Não. Isso é um mito. Quando a mulher amamenta durante a gestação, isso é chamado de lactogestação. A prática é segura em grande parte dos casos, e não prejudica o desenvolvimento do fato. Porém, existe a redução do volume e do sabor do leite, o que pode ocasionar o desmame.

Já a prática de amamentar duas crianças de idades diferentes simultaneamente também é chamada de amamentação, e pode ser a escolha de diversas famílias. A única recomendação é que a mãe priorize o recém-nascido, visto que o leite é o seu único alimento. A criança maior pode estar recebendo outros alimentos.

A amamentação é apenas um dos fatores que influencia na perda de peso no pós-parto. Isso ajuda a mãe a emagrecer, porque para a produção de cada litro de leite, existe um gasto médio de 800 calorias. Logo, quanto mais o bebê mama, mais a mãe perde peso.

Porém, isso não é o suficiente. Caso a mulher se alimente de forma desregulada e sem hábitos saudáveis, a perda de peso pode não ser tão evidente. Além disso, durante o puerpério, a mulher tende a viver um cenário de privação do sono, influenciando negativamente na produção de hormônios do emagrecimento.

Assim, uma boa recomendação é fracionar a alimentação para que a lactante consiga se sentir saciada sem aumentar a ingestão calórica. Então, quando houver liberação do obstetra, ela deve retornar a algum tipo de atividade física para manter um estilo de vida mais saudável. 

Sim. Não existe nenhuma evidência de que a tinta chegue ao bebê através do leite. Porém, é importante fazer duas considerações sobre a forma como a pigmentação da pele é feita e a tinta é introduzida até a derme, camada profunda da pele.

• Se a mãe fizer a tatuagem no período de amamentação, pode contrair uma infecção e prejudicar a amamentação, pois a agulha introduz tinta até a camada mais profunda da pele.
• Não se deve fazer tatuagens em mamas ou mamilos durante o período de amamentação devido ao risco de inflamações e obstruções dos ductos mamários. 

A partir do momento que essas questões são levadas em consideração, fazer ou não uma tatuagem durante o período de aleitamento se torna uma escolha pessoal da lactante visto que não existem prejuízos comprovados ao bebê ou ao processo. 

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A amamentação é um processo natural, mas que pode desencadear algumas condições de saúde na mulher quando não é feito com a técnica adequada. Portanto, para evitar mastites, fissuras e outras questões, é importante ter atenção à posição e à pega do recém-nascido.

Além disso, mitos como a tatuagem e amamentar grávida precisam ser esclarecidos para que as mulheres tenham menos dúvidas e possam realmente aproveitar essa fase da vida dos seus filhos. Portanto, se você conhece alguém que precisa dessas informações, compartilhe este artigo!