Doença do Carrapato: O que é, Sintomas, Tratamento e mais

Doença do carrapato, na verdade, é o nome popular que se dá à erliquiose e à babesiose canina, duas hemoparasitoses que atingem os cães. Essas doenças são causadas por bactérias e protozoários e têm como vetor o carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), que pica o animal transmitindo os parasitas.

A erliquiose é causada pela bactéria Erhliquia canis, que entra na corrente sanguínea do animal parasitando os monócitos, granulócitos e plaquetas. Já a babesiose, é causada pelo protozoário Babesia canis, que ataca os reticulócitos do cão.

Em geral, a erliquiose e a babesiose agem de maneira semelhante no corpo do cão. Os microrganismos atacam as células de defesa do organismo, conseguindo assim afetar órgãos vitais como pulmão, fígado e rins. Por isso, são consideradas doenças graves, que podem desenvolver complicações e causar morte.

As duas enfermidades possuem sintomas semelhantes e fáceis de notar. Porém, a diferença entre elas é que, geralmente, a erliquiose surge e progride de forma lenta e gradual, se tornando uma doença crônica. Já a babesiose se manifesta de forma repentina.

Os sintomas dependem de qual dos dois tipos da doença o animal contraiu, ou seja, eles podem variar na erliquiose e na babesiose. Mas alguns sintomas são comuns de surgirem nas duas doenças. Veja abaixo alguns dos sintomas que surgem nas duas formas da doença:

• Apatia
• Febre
• Perda de apetite
• Perda de peso

Outros sintomas da doença do carrapato incluem:

• Icterícia (pele e/ou mucosas amareladas)
• Anemia
• Insuficiência renal aguda
• Tontura e desorientação
• Sangramento nasal
• Distúrbios de coagulação (manchas vermelhas pelo corpo)
• Petéquias (pontinhos vermelhos no abdômen, olhos e gengiva)
• Hematomas
• Sangramento na urina ou fezes
• Alterações oftalmológicas
• Distúrbios neurológicos (menos recorrentes)

A doença avança por estágios, passando pela fase aguda, subclínica e crônica. Assim, os sintomas podem evoluir, sendo que o estágio subclínico pode se estender por anos após a picada sem manifestar nenhum sinal. Já no estágio crônico, eles se tornam mais graves e intensos.

O diagnóstico da doença do carrapato é feito a partir de análise clínica aliada a exames laboratoriais, como o hemograma com contagem de plaquetas. O tutor deve levar o pet a uma consulta veterinária, onde o médico avaliará, em primeiro lugar, os sintomas e o estado geral de saúde do animal.

Com a suspeita de doença do carrapato, é provável que o veterinário pergunte ao tutor sobre ter visto carrapatos em seu cão. O médico também pode fazer investigações a respeito de como é a casinha do animal, ou se ele passeia pelo campo ou qualquer área onde possa haver contato com os parasitas.

Para confirmar, o veterinário pode solicitar desde exames simples, como hemograma e sorologia, até os mais específicos, como o PCR. Ao examinar os resultados, o médico analisa aspectos como a queda de glóbulos brancos e vermelhos, queda no número de plaquetas e a presença dos agentes causadores da doença.

O tratamento da doença do carrapato depende do tipo da doença e do estágio de gravidade. Analisando as alterações encontradas nos exames laboratoriais, o veterinário irá definir qual medicação introduzir e o tempo de tratamento necessário em cada caso.

Geralmente, o tratamento é feito com o uso de antibióticos e outros medicamentos específicos. Combatendo assim o agente causador da doença (seja ela erliquiose ou babesiose) e evitando reinfecções. É importante que o animal seja tratado quanto antes, pois isso impacta na resposta ao tratamento.

Medidas como vermifugação, boa alimentação e inclusão de suplementos e vitaminas na dieta ajudam a melhorar a condição de saúde do cachorro. Nos casos mais graves, o cão pode precisar de transfusão de sangue ou de plaquetas, para isso o animal fica internado, sob cuidados profissionais.

Sim, o animal pode se curar da doença do carrapato. Para isso, é preciso identificar a doença e iniciar o tratamento rapidamente, evitando que o estado de saúde do cão piore. Portanto, assim que notar qualquer sintoma no animal, o tutor deve levá-lo a uma clínica veterinária de confiança.

Tratar o ambiente também é fundamental para concluir a cura e evitar a reinfecção. Assim, é importante eliminar o vetor no local onde o animal vive, ou seja, é necessário deixar o local totalmente livre da presença dos carrapatos.

Para evitar a doença do carrapato, infelizmente, não existe vacina. Portanto, para prevenir que o cachorro contraia essa enfermidade o foco está na exposição do animal ao parasita. Veja abaixo algumas medidas que podem ajudar a evitar que o cão tenha contato com carrapatos:

• Proteja o cão durante os passeios: evite frequentar qualquer local onde possa haver carrapatos. Caso não seja possível, tente evitar que o animal entre no mato fechado ou tenha contato com outros animais desconhecidos.
• Verifique regularmente a presença de carrapatos nos pelos do animal: faça uma inspeção minuciosa, checando atentamente cada parte do corpo do cão. Em especial, após algum passeio na rua ou exposição a qualquer outro local suspeito.
• Utilize acaricidas tópicos regularmente: use produtos como pipetas, sabonetes e xampus indicados por um médico veterinário.
• Desinfete o ambiente periodicamente: aplique produtos acaricidas no ambiente em que o animal vive para desinfetá-lo. Também é possível contratar uma dedetizadora.
• Evite casinhas de madeira: casinhas de madeira possuem frestas que podem servir de abrigo para os carrapatos.
• Corte a grama do jardim ou quintal: mantenha a grama curta para evitar o alojamento de carrapatos.

Confira sempre as condições de qualquer local onde pretende levar seu cão. Inclusive, quando for viajar, não o deixe em hotéis, creches de animais ou qualquer outro local que não tenha controle de parasitas! Afinal, evitar o contato com os carrapatos é a única forma de prevenir a doença.

A doença do carrapato pode infectar os humanos, mas isso acontece muito raramente. Humanos podem contrair erliquiose e babesiose e a infecção ocorre da mesma forma que nos cães, através da picada do carrapato. Nesses casos, ao entrar em contato com o parasita, ele "gruda" nas roupas ou na pele da pessoa.

Logo, é importante deixar claro que o carrapato é o vetor da doença, nunca o próprio cão. Assim, mesmo que o seu pet esteja doente, ele não irá infectar humanos diretamente. Ou seja, embora ele possa disseminar os carrapatos parasitados, o cachorro não transmite babesiose ou erliquiose.

A doença do carrapato em humanos manifesta sintomas semelhantes aos que atingem os cachorros, como apatia, cansaço, febre, falta de apetite, anemia, dores articulares e manchas avermelhadas na pele. Nem sempre a pessoa sabe que foi picada por carrapato, fazendo com que haja confusão com outras doenças.

Para deixar seu amiguinho protegido dos carrapatos e das doenças que eles causam, é importante aplicar acaricidas com regularidade. Esses medicamentos têm formatos variados, e você pode escolher o melhor para o seu cão. Clique nos links abaixo e confira os melhores remédios para carrapato do mercado!

Agora você sabe o que é a doença do carrapato e como ela é causada. Conhecendo os sintomas, você pode prevenir que seu pet desenvolva um quadro grave da doença. Lembre-se: a doença do carrapato tem cura e o tratamento inclui livrar o ambiente da infestação, então faça sua parte!

Caso queira rever as informações, esse conteúdo estará disponível sempre que precisar! E se foi útil para você, que tal compartilhar esse artigo com outras pessoas? Assim seus amigos e familiares poderão tirar todas as dúvidas sobre doença do carrapato.

Redação: Joseane Cerqueira / Revisão: Bruna Oliveira